ÁREAS CLASSIFICADAS POR GASES, VAPORES, POEIRAS E FIBRAS

Existem diversos tipos de explosões: a explosão de uma caldeira, as explosões nucleares, as explosões por reações químicas aceleradas, etc. Estas últimas normalmente são acidentais e as explosões de gases, vapores e poeiras a que nos referimos neste texto são conhecidas como indesejáveis e poderão acontecer em locais onde exista a presença desses elementos. É importante destacar que a explosão existirá não apenas pela presença destes, mas também pela quantidade, pelo seu grau de dispersão (mistura com o ar ou oxigênio) e pela sua concentração no ambiente. Assim sendo, a identificação de locais potencialmente explosivos definirá posteriormente as “áreas classificadas” nesses locais.

O QUE DEVE SER ENTENDIDO COMO “ÁREA CLASSIFICADA”

É todo local sujeito a probabilidade da existência ou formação de misturas explosivas pela presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis misturadas com o ar (ou com O2).

Atmosfera Explosiva é a mistura com o ar, de substâncias inflamáveis na forma de gases, vapores, névoas, poeiras ou fibras na qual após a ignição, a combustão se propaga através da mistura remanescente.

PRINCÍPIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS E ZONEAMENTOS

O desenvolvimento de um bom trabalho de classificação de áreas de uma unidade industrial começa com a análise da “probabilidade” da existência ou aparição de atmosferas explosivas nos diferentes locais dessa unidade, que serão posteriormente definidas como zonas 0,1 ou 2. Portanto, se existem produtos que gerem essa atmosferas explosivas (podendo ser gases inflamáveis, líquidos inflamáveis ou ainda poeiras/ fibras combustíveis) liberados para o ambiente pelos equipamentos que representam fontes potenciais de áreas classificadas. Em geral, parte do equipamentos de processo, tais como tampas, tomadas de amostras, bocas de visitas, drenos, ventos, respiros, flanges, são considerados “fontes geradoras de risco” pela possibilidade de vazamento de produtos para os ambientes onde estão instalados.

Estas fontes de risco são classificadas em graus, dependendo da duração e frequência das atmosferas explosivas geradas por elas. São conhecidas como grau continuo aquelas fontes geram risco de forma continua ou durante longos períodos. São conhecidos como grau primário aquelas fontes que geram riscos de forma periódica ou ocasional durante condições normais de operação e são conhecidas como grau secundário aquelas que geram risco somente em condições anormais de operação e quando isto acontece é por curtos períodos.

Deve-se entender como condições “normais de operação” aquelas encontradas nos equipamentos operando dentro dos seus parâmetros de projeto. Como exemplo de fonte de risco de grau continuo podemos citar o interno um tanque de armazenamento de inflamáveis do tipo atmosférico, onde haverá permanentemente a presença da mistura explosiva enquanto houver produto no tanque.

Já no mesmo tanque, uma fonte de risco de grau primário será o respiro dele, por ter a saída de vapores do produto toda vez que o nível do mesmo aumentar (com exceção de líquidos altamente voláteis, isto não acontece permanentemente, mas apenas quando o nível sobe).

Na mesma situação anterior do tanque podemos de armazenamento de inflamáveis, poderemos ter fontes d risco de grau secundário representadas, por exemplo, por flanges (que por envelhecimento da junta ou desaperto de parafusos podem vazar) ou também por perda do controle de nível (que provocará o derramamento de liquido na bacia). Estas duas situações representam condições anormais, não sendo, portanto freqüentes nem de longa duração.