Qualidade e segurança são dois pontos essenciais numa instalação elétrica. E, para que ambos sejam alcançados, o aterramento é fundamental. A instalação do fio terra é obrigatória em todos os imóveis, sendo exigida há anos pela norma NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão. No entanto, esta prática ainda é pouco adotada em obras de pequeno e médio porte, especialmente quando se tratam de obras de altoconstrução.
A situação levou o governo federal a publicar, em 2006, a Lei Nº11.337, que ratifica a obrigatoriedade do uso de terceiro condutor (fio terra) nas instalações em prédios e residências construidas em todo o País. A iniciativa trouxe avanços ao mercado, principalmente nos empreendimentos realizados pelas construtoras, mas ainda há muito espaço para evolução.
O problema é que, ao cosntruir, o usuário geralmente coloca o preço em primeiro lugar. E quando isso não ocorre, frequentemente ele opta por investir mais na parte de acabamento da casa do que na segurança das intalações elétricas, aumentando os riscos de acidentes que podem afetar pessoas, equipamentos e a própria instalação.
Por outro lado, apesar da existência da NBR 5410 e da LEI Nº 11,337, que obrigam a adoção do fio terra, temos no Brasil deficiências graves relativas a capacidade de fiscalização por parte das autoridades públicas. Sem fiscalização e punição fica mais difícil mudar a cultura que impera hoje no mercado brasileiro e quem mais perde no final das contas é o próprio usuário, que é quem fica sujeito aos riscos de intalações inadequadas e inseguras.
A INSTALAÇÃO DO FIO TERRA É OBRIGATÓRIA EM TODOS OS IMÓVEIS. NO ENTANTO, ESTA PRÁTICA AINDA É POUCO ADOTADA EM OBRAS DE PEUQENO E MÉDIO PORTE.
Uma pequena dimensão desses riscos pode ser observada nos dados do Corpo de Bombeiros que apontam, que apenas no Estado de São Paulo, é registrada uma média de 40 mil casos de incêndio por ano. Quase metade das ocorrências está associada a problemas com a intalação elétrica, e boa parte delas poderia ser evitada com a simples utilização do fio terra. Fica evidente, portanto,que seu uso é uma questão de segurança para instalações e pessoas.
No caso dos usuários, como o corpo humano pode conduzir eletricidade, há sempre o risco de choque quando há contato com a carcaça metálica de um equipamento elétrico, como um aparelho de micro-ondas por exemplo. Isso ocorre porque pode haver fuga de corrente elétrica através do corpo da pessoa.
Pra evitar os riscos, é necessário desviar esta corrente antes que ela atinja a pessoa, o que é possível através de um sistema adequado de aterramento, que atua como escape, que atrai a corrente e a direciona para a terra.
No caso dos equipamentos, o aterramento pode minimizar os danos na ocorreência de um curo-circuito. Nesse caso, também é importante observar que, apesar de todas as tomadas deverem ter o pino de aterramento, nem todos os eletrodomésticos contam com o pino de terra. Isso depende de cada aparelho e da norma que indica suas características.
Um aspecto que deve ser obesrvado na instalação do fio terra é que a NBR 5410 estipula um padrão de cores para condutores elétricos. No caso do terra, deve-se utilizar sempre cabos verdes ou os verde-amarelos conhecidos como “brasileirinhos”. Já os condutores neutros devem ser ser azuis, sendo as demais cores de uso livre na instalação.
Texto de: Nelson Volyk. Gerente de engenharia e qualidade.