Samuel Segal e Paulo Sampaio
Os danos potenciais e patrimoniais de uma explosão de poeira são conhecidos ha tempos. Grande varie-dade de materiais combustíveis, em forma de poeira, existe em muitas indústrias, no entanto, saber sobre um problema não é o mesmo que entender adequadamente e abordar as possibilidades de mitigação dos riscos.
A Análise de Risco de Poeira Combustivel (DHA) é definida pela NFPA 652:2016, norma sobre os funda-mentos da poeira combustível. A NFPA 654:2017 trata da Prevenção de Incêndio e Explosões de Poeira na Fabricação, Processamento e Manuseio de Partículas Sólidas Combustíveis e define que o projeto de segurança contra incêndio e explosão para processos em instalações seja baseado em um DHA da instalação e processos. Sempre que uma poeira combustível é processada ou manuseada, existe um potencial de deflagração. O grau de risco de deflagração varia a depender do tipo de poeira combustível e dos métodos de processamento utilizados.
Rápida verificação inicial para identificar poeiras combustíveis é disponibilizada pela OSHA, sob o título: Poeiras Combustíveis sua empresa processa algum dos desses produtos ou materiais em forma de poeira?
Definição da necessidade de aplicação da metodologia DHA
Ensaios com poeiras para determinação das características físicas
EXPLOSION SEVERITY TEST (Pmax, DPmax, DTmax, Kst.
The testing will be performed per ASTM E1226, “Standard Test Method for Explosibility of Dust Clouds”. This test method provides a procedure for performing laboratory tests to evaluate deflagration parameters of dusts. The parameters measured are the maximum pressure output and the maximum rate of pressure rise. These values are applicable to the design of protective measures, such as deflagration venting per NFPA 68or EN 14491. The test will be conducted in a spherical 20-L. Siwek chamber, using a 10 kJ ignition source.
MINIMUM EXPLOSIBLE (MEC)
Testing will be performed per ASTM E1515, “Standard Test Method for Minimum Explosible Concentration of Combustible Dusts”. This test method covers the determination of the minimum concentration of a dust air mixture that will propagate a deflagration in spherical closed vessel. The test will be conducted in a 20-L Siwek Chamber using a 5 kJ ignition source.
Hot-Surface Ignition Temperature of Dust Layer (LIT)
Testing will be performed per ASTM E2021, “Standard Test Method for Hot-Surface Ignition Temperature of Dust Layers”. Test will determine the hot-surface ignition temperature needed to ignite the material in the dust layer form.
EXEMPLO DE DHA PARA ELEVADORES DE CANECA – SIMULAÇÃO
1. Equipe multidiciplinar DHA
A NFPA 652 recomenda que um
DHA seja realizado por uma equipe multidisciplinar e conduzido por uma pessoa qualificada. Representantes do cliente:
- Gerente da unidade
- Chefe da manutenção
- Representante do SSMS
Coordenardor da aplicação do DHA:
• Engenheiro experiente em condução do DHA
2. Documentação do processo a ser disponibilizada:
• Diagramas de fluxo de processo
Desenhos do fabricante do equipa-mento, folhas de dados, manuais etc.
• Memorial e desenhos de classificação de áreas
3. Verificação das instalações em campo
Realização de visitas para inspeção e coleta de informações sobre as condições de operação, ficha de programa de manutenção e histórico de falhas, que incluem entrevistas com operadores do equipamento.
Principais riscos conhecidos em elevadores de caneca
- Perda de tensão da correia do elevador da canecas pode fazê-la deslizar e produzir atrito excessivo.
- Desalinhamento da correia transportadora pode fazer com que a correia ou as canecas esfreguem ou atinjam o compartimento do elevador e produzam calor ou faíscas.
- Falha nos rolamentos podem produzir calor excessivo e criar faíscas e ignição.
- Falha de estrangulamento de produto na entrada ou saída do elevador de canecas podem gerar calor excessivo.
- Impurezas metálicas no fluxo do produto.
- Brasa de um transportador a montante entrando no elevador de canecas (imagem abaixo).
Após a coleta de informações e análise pela equipe multidisciplinar de aplicação do DHA, deve ser ela-borada uma tabela, conforme a tabela abaixo na página.
4. Identificação dos riscos
A cabeça e a bota do elevador de canecas são os segmentos com mais probabilidade de sofrerem deflagra-ção, por causa da quantidade de espaço aberto que contém nuvens de poeira, da possibilidade de acumulação de produtos que podem arder ou pegar fogo e das múltiplas fontes de ignição potenciais presentes nessas áreas, incluindo:
- Falha interna do equipamento, como canecas, fixadores ou parafusos soltos.
- Fricção que pode desalinhar a correia e fazê-la escorregar da polia.
- Rolamento da polia superaquecido.
5. Priorização dos riscos
Uma vez que os riscos são identificados, a equipe deve priorizá-los para que os itens que apresentam mais risco possam ser tratados primeiro.
Exemplo de matriz de risco para a simulação de execução de DHA.
6. Relatório DHA
O relatório DHA deve conter o registro das etapas da avalição e apresentar os riscos identificados, priorização e medidas de miti-gação. A matriz de risco deve ser refeita para cada nível de mitigação identificada, até que os riscos sejam considerados aceitáveis, para então ser possível gerar um MOC (Management of Change) para adequação das instalações.
Por Samuel Segal e Paulo Sampaio em Revista Abendi, edição 123, outubro de 2024