A segurança no trabalho, especialmente no setor elétrico, é essencial. Muitas empresas ainda veem as medidas de segurança como um custo, mas essas medidas são, na verdade, um investimento que traz benefícios a longo prazo. Este artigo explora como as medidas de segurança podem prevenir acidentes, reduzir custos e melhorar a produtividade.
Segurança não é um Custo, é um Investimento: Benefícios a Longo Prazo das Medidas de Segurança em Eletricidade
Custos vs. Benefícios das Medidas de Segurança
Custos Iniciais
Implementar medidas de segurança pode envolver investimentos consideráveis, como:
- Aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luvas isolantes, capacetes, óculos de proteção, etc.
- Treinamento e Capacitação: programas contínuos de treinamento para manter os trabalhadores atualizados.
- Manutenção e Inspeção de Equipamentos: garantir que todos os equipamentos estejam em boas condições de funcionamento.
- Desenvolvimento de Procedimentos de Segurança: criar e implementar políticas e procedimentos de segurança.
Benefícios a Longo Prazo
Os benefícios de investir em medidas de segurança incluem:
- Redução de Acidentes: menos incidentes de choque elétrico, queimaduras e outras lesões.
- Aumento da Produtividade: trabalhadores saudáveis e seguros são mais produtivos.
- Economia em Custos Médicos e Indenizações: menor necessidade de tratamento médico e pagamentos de indenizações.
- Melhoria da Moral dos Funcionários: ambientes de trabalho seguros aumentam a satisfação e retenção dos funcionários.
- Cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs): evita multas e penalidades por não conformidade.
Tabela de Comparação: Custos vs. Benefícios
Estudos de Caso e Exemplos
Caso Real: Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A
Uma dúvida comum que recebo nos treinamentos de segurança é a percepção de que as medidas de segurança são um custo, e não um investimento. No entanto, investir em segurança é investir em algo de valor inestimável: a vida humana.
Em 2022, a Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A foi condenada a pagar R$ 1 milhão de indenização por danos morais coletivos após a morte de um trabalhador eletrocutado em João Pessoa. A investigação concluiu que a empresa não forneceu EPIs adequados nem treinamento necessário, resultando em um trágico acidente. As investigações revelaram uma alta incidência de acidentes de trabalho graves na empresa, inclusive com mortes: em dois anos, foram pelo menos 35 acidentes registrados. O Ministério Público do Trabalho concluiu que “pelo menos três trabalhadores tiveram suas vidas ceifadas” em acidentes de trabalho porque a empresa desrespeitava normas de segurança e saúde do trabalho.
Este exemplo ressalta a importância de investir em medidas de segurança para evitar perdas humanas e prejuízos financeiros significativos. Quando um acidente de trabalho ocorre por responsabilidade da empresa, ela deve arcar com despesas médicas, tratamentos, internações, exames e medicamentos para a recuperação do empregado. Indenizações por morte no trabalho são pagas aos herdeiros e familiares que sofreram emocional e financeiramente com a perda.
Além disso, a Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) registra que, em 2023, ocorreram 146 incêndios em áreas industriais e comerciais relacionados a falhas elétricas. Este dado reforça a necessidade de investir em segurança em elétrica não apenas em residências, mas em todos os ambientes de trabalho.
Implementação de Medidas de Segurança
Identificação de Riscos
A primeira etapa para a implementação de medidas de segurança é a identificação dos riscos elétricos presentes no ambiente de trabalho. Isso inclui a análise das instalações elétricas e a avaliação das condições de trabalho.
Planejamento de Medidas de Controle
Após identificar os riscos, é essencial planejar e implementar medidas de controle que possam mitigar esses riscos. Estas medidas incluem:
- Desenergização de Circuitos: garantir que todos os circuitos sejam desenergizados antes de iniciar qualquer trabalho.
- Uso de EPIs: fornecer e garantir o uso correto de equipamentos de proteção individual.
- Treinamento Contínuo: assegurar que todos os trabalhadores recebam treinamento regular em segurança em elétrica.
Implementação e Monitoramento
A implementação das medidas de segurança deve ser acompanhada por um monitoramento constante para garantir sua eficácia. Inspeções regulares e manutenção preventiva são essenciais para identificar e corrigir possíveis falhas antes que causem acidentes.
Tabela de Implementação: Medidas e Benefícios
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Conclusão
Investir em medidas de segurança não é um custo, mas sim um investimento que traz benefícios significativos a longo prazo. Além de cumprir as Normas Regulamentadoras (NRs) e evitar multas, garantir a segurança dos trabalhadores promove um ambiente de trabalho mais produtivo e satisfatório, preservando vidas e proporcionando tranquilidade às famílias. Afinal, a segurança no trabalho é um investimento inestimável na vida humana.
Perguntas e Respostas Comuns
- Por que muitas empresas veem as medidas de segurança como um custo?
- Muitas empresas focam nos custos iniciais de implementação e esquecem os benefícios a longo prazo, como a redução de acidentes e o aumento da produtividade.
- Quais são os principais benefícios de investir em medidas de segurança?
- Redução de acidentes, aumento da produtividade, economia em custos médicos e de indenizações, e melhoria da moral dos funcionários.
- Como a desenergização de circuitos ajuda na segurança em elétrica?
- Ela elimina o risco de choque elétrico durante a execução de trabalhos em instalações elétricas, protegendo os trabalhadores.
- O que inclui a manutenção preventiva?
- A manutenção preventiva inclui inspeções regulares e reparos em equipamentos para garantir que estejam em boas condições de funcionamento.
- Por que o treinamento contínuo é importante?
- O treinamento contínuo mantém os trabalhadores atualizados sobre as melhores práticas de segurança, reduzindo o risco de acidentes.
Sobre o Autor
Marlon Pascoal Pinto é engenheiro eletricista formado pelo Centro Universitário Una, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e pós-graduação em Higiene Ocupacional pela UniCesumar. Atualmente, é sócio e responsável técnico de SST na Engehall, empresa fundada em 2012, referência em treinamentos sobre as Normas Regulamentadoras (NRs) nas modalidades EaD, Semipresencial e Presencial. A Engehall já treinou mais de 300 mil profissionais e atendeu a mais de 2 mil empresas, com uma plataforma didática e suporte em tempo real sob sua responsabilidade técnica.