Detecção de Arco Voltaico em painéis de média e baixa tensão (PARTE 2)

Componentes da proteção contra Arco Voltaico

Sensores Pontuais de Luz

Com a criação do arco, surge a luz que é capturada pelas lentes óticas dos sensores pontuais localizados adequadamente no painel e transmitida ao longo de um cabo de fibra ótica plástica de diâmetro de 1000 im até o detector ótico que fica instalado internamento ao relé de proteção.

Normalmente, estes sensores são instalados em pontos de conexão dento de cada cubículo, como o compartimento de conexão de gavetas de TPs. Possuem fácil fixação no painel, não possuem componentes eletrônicos  e são de fácil substituição após ocorrência de um arco voltaico.

Sensores Regionais de Luz

Uma segunda opção para a detecção do arco voltaico utiliza uma fibra de plástico com diâmetro de 1000 im descoberta que carta a luz emitida durante o arco. Estes sensores regionais baseados em fibra ótica abrangem uma área maior do painel e podem ser instalados, por exemplo, ao longo de todo o trecho do barramento principal de um painel.

Relé de Proteção Multifunção

Os relés de proteção de multifunção normalmente aplicados em alimentadores de média e de baixa tensão, além da função de de detecção do arco voltaico, também possuem diversas funções como:

1-Funções de Proteção

  • 50PAF – Sobrecorrente de fase instantânea de alta velocidade do detector de arco;
  • 50NAF – Sobrecorrente de neutro instantânea de alta velocidade do detector de arco;
  • 5051 – Sobrecorrente de fase instantânea e temporizada;
  • 50/51G – Sobrecorrente residual instantânea e temporizada ;
  • 50/51N (ou GS) – Sobrecorrente instantânea e temporizada  de neutro ou terra;
  • 50/51Q (46) – Sobrecorrente instantânea e temporizada de sequência negativa;
  • 49 – Elemento térmico;
  • 81 – Sub / Sobrefrequência e taxa de variação de frequência;
  • 27/59 – Subtensão e sobretensão fase-neutro ou entre fases;
  • 55 – Fator de potência;
  • 60 – Perda de potência;
  • 59Q (47) – Sobretensão de sequência negativa (fase reversa);
  • 59N – Sobretensão de sequência zero, quando utilizados três TPs a quatro fios;
  • 86 – Bloqueio;
  • 50/62BF – Falha de disjuntor;
  • 79 – Religamento Automático (quatro tentativas);
  • 25 –  Check de Sincronismo.

2 – Funções de medição

Correntes, tensões potência aparente ativa e reativa trifásica, demanda, frequência e temperatura via RTDs.

3 – Funções de Monitoramento

  • Sequência de eventos com armazenamento dos últimos 1024 eventos e relatório de curva de carga (load-profile);
  • Mensagens nos Leds e displays frontais evento ocorrido, inclusive rompimento dos circuitos óticos;
  • Oscilografia com verificação gráfica com intensidade da luz, corrente e atuação do pickup dos elementos de detecção do arco;

4 – Funções de Controle

  • Possibilidade de até 21 I/Os quando equipados com AFD (detecção de arco-voltaico), por meio da inserção de placas, podendo chegar a 37  I/Os quando equipado com módulo adicional;
  • Facilidades para realização de testes  no sistema por equações  lógicas e pushbuttons existem no relé, com a possibilidade de criação de lógicas de testes que incluem o bloqueio intencional do detector de arco por solicitação do operador;
  • Lógicas para envio do sinal de trip ao disjuntor mais próximo associado ao arco que foi detectado, uma vez que o relé possui quatro entradas distintas de sensores que podem estar instaladas em diferentes pontos de um cubículo ou mesmo em cubículos adjacentes, como em quatro compartimentos de saídas de cabos sendo monitorados por apenas um relé SEL-75IA . O relé irá provocar a abertura do disjuntor no qual o sensor de arco foi sensibilizado;
  • Inserção da ordem de trip pelo detector de arco no esquema de falha do disjuntor;
  • Inibição do fechamento do disjuntor até que os sensores  de luz mantenham a condição operacional, ou seja, com intensidade  de luz insuficiente para acionar o circuito de trip por detecção de arco.

5 – Integração

  • Protocolos: ASCII, Modbus RTU, Modbus TCP, Device Net, IEC 61850  e Mirroered Bits;
  • Facilidade de transitar as informações oriundas do detector de arco (alarme, trip) em uma rede de comuniação, considerando que o relé já faz parte de um sistema supervisório;
  • Possibiidade de envio de mensagens de trip/alarme com a utilização mensagens GOOSE (IEC.61850) para os demais equipamentos da rede ethertnet;
  • Monitoramento  em tempo integral dos circuitos sensores de luminosidade, podendo alarmar ao sistema supervisório um possível rompimento destes circuitos, o que facilita o trabalho da equipe de manutenção;
  • Acesso local e remoto de engenharia para coleta de eventos, datas logs, e alteração ou modificação de ajustes e parâmetros.