20 anos: um marco a ser comemorado

Graças a você, leitor, completamos 20 anos da primeira coluna brasileira totalmente dedicada ao tema Ex regularmente publicada em revista técnica, que surgiu com o objetivo de divulgar novidades nas normas técnicas, requisitos legais aplicáveis às instalações Ex, eventos técnicos e experiências dos profissionais da área, promovendo a atualização técnica necessária para melhor desempenho dos profissionais e execução segura de instalações em áreas classificadas.

A participação em congressos técnicos no exterior, fundamental para fornecer informações atualizadas, foi tema das duas primeira edições, trazendo relatos da Explorisk, evento tradicional realizado em Nuremberg, Alemanha, dedicado à prevenção de explosões industriais. Aqui também foram divulgados diversos congressos, em especial no exterior, onde o tema Ex possui relevância.

Como as informações sobre a normalização técnica auxiliam os prossionais desde sua elaboração, pois assim eles podem estimar
possíveis mudanças antes da publicação, minha participação nas Comissões de Estudo da ABNT, bem como nos Maintenance Teams das normas Ex no TC-31 da IEC como primeiro representante brasileiro, possibilitou divulgar em primeira mão diversas mudanças de diretrizes, como as ocorridas na IEC 60079-15 (redenição dos tipos Ex n) e IEC 60079-14 (fusão dos requisitos para atmosferas de pós combustíveis e gases inamáveis em um único documento).

A certicação de conformidade, também sempre no radar desta seção, foi assunto de análises sobre as mudanças provocadas pelas várias Portarias Inmetro emitidas, como as 83/06, 179/2010 e 89/2012, que trouxeram novos requisitos para a comercialização de equipamentos Ex no Brasil.

O surgimento de provedores de certicação pessoal também foi abordado nesta seção nas edições de EM502 e 505. O tema foi tratado em um artigo especíco, mais detalhado, na edição EM522, alertando que há particularidades entre os diferentes provedores de certicação pessoal, chegando ao ponto de alguns “certicados” não efetuarem a devida avaliação prática, com risco de as empresas contratarem “gato por lebre”.

A realização da correta manutenção e das inspeções periódicas não poderia passar sem uma atenção especial. Por isso, nas edições EM371, 460 e 518, dentre outras, as particularidades e deciências de cada tipo de inspeção foram explanadas, bem como descritas e comentadas não-conformidades detectadas em auditorias.

A correta sinalização das áreas classicadas é muito importante para a segurança das pessoas, tanto as que lá trabalham quanto as que transitam por elas, e o equívoco muito comum de se colocar textos nestas placas (o que não é recomendado pelas normas ISO) foi comentado nas edições EM372 e 405, bem como foram dadas as orientações para confecção de uma placa efetiva, tanto para atmosferas sujeitas a pós combustíveis quanto a gases inflamáveis que passou a ser o ícone desta seção.

Aqui também foi dedicado um espaço especial para a classificação de áreas, tema que por muitos anos foi relegado a ser mera reprodução de “figuras típicas” contidas em “Práticas Recomendadas” do API e da NFPA. Essa prática equivocada tem resultado em um passivo enorme em empresas brasileiras e estrangeiras, haja vista que tais figuras apenas visam fornecer uma ideia preliminar da classificação, como foi ressaltado, por exemplo, nas edições EM 391 e 557. No entanto, vários usuários as interpretaram erroneamente como uma panaceia, aplicáveis a toda e qualquer planta de processo, o que infelizmente colocou empresas em risco. Tais figuras, idealizadas na década de 40, estão completamente fora da realidade atual, uma vez que as plantas de processo estão cada vez maiores, operando com novos produtos e em condições operacionais diferentes.

Pós combustíveis não ficou de fora. Desde a edição no 393, são publicados nesta coluna tópicos como características físico-químicas, requisitos para instalação de equipamentos e formas de evitar explosões em locais de armazenagem de grãos, divulgando recomendações emitidas por órgãos estrangeiros e pelo curso de prevenção de explosões industriais ministrado pelo prof. Rolf Ecko no Brasil.

Por sua vez, a eletricidade estática, tem sido comentada nesta seção desde a EM 374, assim como a importância do aterramento dos equipamentos.

Além disso, visto que para comprar corretamente um equipamento Ex não basta solicitar apenas o cumprimento da norma, pois há requisitos legais a serem cumpridos, orientamos em edições como a EM 459, 476 e outras como comprar em conformidade com as características da área classicada. Descrevemos nas edições EM 433, 489, 517 e outras, o Programa de Gestão de Riscos de Explosões, para preservar instalações e vidas.

Agradecendo pelas 223 edições, aproveitamos para desejar um feliz 2023, com explosões só de saúde e alegrias!

Por: Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.

Eletricidade Moderna Nº569| Janeiro-Fevereiro 2023 https://issuu.com/aranda_editora/docs/em_janeiro_2023?fr=sYzhhNjUxMjcxNzM