Equipamento mecânico “Ex” tem a função de evitar a propagação de uma explosão através do interior de um equipamento de processo com a presença de um fluxo de gás inflamável
Foi elaborada pelo TC 31 da IEC (Equipment for explosive atmospheres) e publicada pela IEC (International Electrotechnical Commission) em 03/05/2024, a Norma internacional ISO/IEC 80079-49 – Atmosferas explosivas – Parte 49: Corta-chamas – Requisitos de desempenho, métodos de ensaios e limites de utilização.
Os corta-chamas representam sistemas de proteção, instalados em aberturas de tanques de armazenamento ou em tubulações, com o objetivo de permitir o fluxo de gases inflamáveis, mas evitar a transmissão de chamas, nos casos em que a mistura inflamável existente no equipamento ou na tubulação entrar em ignição.
A instalação de um corta-chamas é necessária para permitir o fluxo de gás inflamável do processo, ao mesmo tempo em que extingue chamas em caso de ocorrência de uma ignição nesta mistura explosiva. Uma característica fundamental de um corta-chamas é a perda de carga ou o grau de obstrução da vazão introduzida no processo, devido ao seu método de construção, contendo componentes que introduzem perdas à vazão do produto inflamável transportado.
Os corta-chamas são dispositivos de segurança projetados para impedir a propagação de chamas e explosões em sistemas de tubulações e tanques de armazenamento. Eles funcionam permitindo o fluxo de gás inflamável, mas bloqueando a passagem de chamas, evitando assim que o fogo se propague para outras áreas da instalação, o que poderia causar uma explosão, com consequências catastróficas.
Um corta-chamas é um dispositivo de segurança que é instalado na abertura de um equipamento de processo ou na tubulação, e cuja função pretendida é permitir o fluxo de um gás inflamável, mas evitar a propagação de chamas no evento que uma ignição ocorre. Os corta-chamas geralmente são dispositivos passivos e representam a última linha de defesa contra a propagação de chamas e possíveis explosões de misturas inflamáveis dentro de equipamentos de processo.
Os corta-chamas são normalmente utilizados sempre que houver o potencial de explosão devido à mistura de gás ou vapor inflamável com o ar. Uma vez que uma grande variedade de aplicações de equipamentos de processo é suscetível a esse tipo de risco, os corta-chamas são amplamente utilizados para proteger as instalações e os equipamentos, bem como as pessoas e o meio ambiente. contra a ocorrência de explosões catastróficas
Para uma deflagração sem ocorrência de estabilização da chama, os produtos de combustão são resfriados na superfície do elemento por meio da dissipação de calor, o que impede a continuação do processo de combustão através do corta-chamas, no lado protegido. No caso de uma chama ter a capacidade de se estabilizar em contato com o elemento corta-chamas, um aumento repentino de temperatura será detectado por um sistema de monitoramento e medidas secundárias de proteção são ativadas, de forma a interromper o fluxo da mistura inflamável.
Alguns tipos de corta-chamas incluem dispositivos que incorporam pequenas aberturas para a passagem da mistura inflamável, representando interstícios definidos de acordo com o Grupo e o MESG do gás presente no processo, as quais asseguram que a velocidade do gás não exceda a velocidade de queima desse gás, impedindo a transmissão da chama. Alternativamente, o gás inflamável pode ser borbulhado através de um líquido, geralmente água, de uma maneira que represente uma barreira líquida contra a transmissão da chama.
Os corta-chamas têm sido amplamente utilizados há décadas na indústria química e de Óleo & Gás, existindo no mercado uma grande variedade de normas técnicas estrangeiras, elaboradas por muitos países. Esta Norma ISO/IEC 80079-49 foi elaborada com o objetivo de estabelecer uma base internacional, harmonizando e incorporando desenvolvimentos e padrões recentes.
Esta Norma ISO/IEC 80079-49 aborda requisitos de desempenho e métodos de ensaios, bem como os limites de utilização para corta-chamas “Ex” a serem utilizados em atmosferas explosivas. São especificados nesta Norma somente os requisitos mínimos de segurança para corta-chamas relacionados com a forma de evitar a transmissão de chamas.
A identificação de riscos de aplicações comuns encontradas na indústria tem como resultado a especificação dos métodos de ensaios aplicáveis para minimizar estes riscos. Estes métodos de ensaios refletem situações práticas normalizadas e, desta forma, constituem o núcleo desta Norma, uma vez que permitem a classificação dos vários tipos de corta-chamas “Ex” e a determinação dos limites de sua utilização.
Um número considerável de métodos e condições de ensaios foi considerado, nesta Norma ISO/IEC 80079-49, por duas razões principais.
Diferentes tipos de corta-chamas são abrangidos, com relação ao princípio de operação (estático, hidráulico, líquido, dinâmico), sendo que para cada tipo necessita ser claramente definida a sua configuração e os procedimentos de ensaios específicos.
É necessário adequar os corta-chamas às condições específicas de aplicação (por exemplo, tipo de gás inflamável presente no processo e o tipo de aplicação), devido às diferentes e conflitantes demandas de alta capacidade de extinção de chama e de baixa perda de pressão do gás inflamável. Esta situação é completamente diferente dos princípios semelhantes de proteção proporcionada por invólucros do tipo “à prova de explosão”, aplicada, por exemplo aos equipamentos elétricos “Ex”, nos casos em que a importância do fluxo constante de gás inflamável de processo através dos interstícios é insignificante, sendo que importância é colocada no efeito de extinção de explosão através dos interstícios.
Consequentemente, nesta Norma ISO/IEC 80079-49, os ensaios e as classificações relacionados aos GRUPOS de equipamentos “Ex” e às condições de instalação foram subdivididos mais do que normalmente é indicado em outras partes das séries de normas ABNT NBR ISO/IEC 80079 e ABNT NBR IEC 60079. Em particular:
- O Grupo de equipamentos IIA é subdividido nos subgrupos IIA1 e IIA, de acordo com o MESG (Maximum Experimental Safe Gap) da mistura gás inflamável/ar em particular para a aplicação;
- O Grupo de equipamentos IIB é subdividido nos subgrupos IIB1, IIB2, IIB3 e IIB, de acordo com o MESG da mistura gás inflamável/ar em particular para a aplicação; e
- O tipo “corta-chama contra uma detonação” é dividido em quatro subtipos, que levam em consideração situações específicas de instalação.
As condições de ensaios levam aos limites de utilização, os quais são mais importantes para o usuário. Esta Norma ISO/IEC 80079-49 especifica essas informações relevantes de segurança e a sua disseminação por meio das instruções de utilização escritas dos fabricantes e das marcações dos corta-chamas.
Os limites de utilização também representam um elo para considerações e regulamentações de segurança (operacionais) mais gerais, que permanecem de responsabilidade dos usuários e dos reguladores. O Anexo B e o Anexo C desta Norma apresentam orientações sobre estes aspectos de limites de utilização.
A Norma ISO/IEC 80079-49 apresenta os requisitos para corta-chamas que evitam a transmissão de chamas quando misturas explosivas de gás inflamável/ar ou vapor inflamável/ar estão presentes. Esta Norma estabelece princípios uniformes para a classificação, fabricação básica e informações para utilização, incluindo a marcação de corta-chamas, bem como apresenta métodos de ensaios para verificar os requisitos de segurança e determinar limites seguros de utilização.
Mais informações sobre a Norma técnica internacional ISO/IEC 80079-49 estão disponíveis na IEC Webstore: https://webstore.iec.ch/publication/68343
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/novos-requisitos-para-corta-chamas-ex-instala%C3%A7%C3%A3o-em-bulgarelli-xbr6e?utm_source=share&utm_medium=member_android&utm_campaign=share_via