Por: Milton M. Ferreira
Embora a criação do COBEI seja uma decorrência da fundação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em 1940, designada como o Fórum Nacional de Normalização Técnica, suas origens remontam ao início do século passado.
A entidade precursora – Comitê Eletrotécnico Brasileiro – fora fundada em 1908, com o objetivo de representar o Brasil junto à recém-criada ´International Eletrotechnical Commission´ (IEC).
A nomenclatura mais recente -Comitê Brasileiro de Eletricidade (CB-3) constituia uma reformulação de sua primeira designação pela ABNT: Comitê Brasileiro de Eletrotécnica, Eletrônica e Iluminação. Daí a sua sigla COBEI, tão conhecida nos meios técnicos.
O apoio recebido dos setores privado e governamental, ao longo dos anos, incrementado após a fundação da Eletrobrás, na década de 60, permitiu que o CB-3 se tornasse o mais eficiente e produtivo dentre os Comitês, chegando a representar cerca de 25% dos trabalhos normativos publicados pela ABNT.
Todavia, na última década do século, com a reformulação do critério de apoio financeiro da ABNT aos seus Comitês, exigindo que se tornassem auto sustentáveis, uma crise de recursos levou o COBEI a uma gradativa redução de suas atividades.
Como os trabalhos normativos do COBEI são de fundamental importância para o setor eletroeletrônico, um amplo movimento empresarial foi então estimulado para reativação de suas atividades, envolvendo associações de classe, entidades privadas, governamentais e empresas, que decidiram assumir a responsabilidade pelo seu gerenciamento e seus custos.
Para isso, a solução encontrada (inovadora) foi a fundação de uma entidade jurídica, independente da ABNT, intitulada COBEI (Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações) preservando assim a tradicional sigla, tornando-se responsável pelo estímulo, coordenação e execução dos trabalhos normativos de interesse do setor.
Uma vez concluídos, tais trabalhos, na forma de textos base, são encaminhados à ABNT, através do CB-3 (que se mantém preservado e desvinculado da sigla COBEI) que fica assim livre dos encargos de custos, competindo-lhe instalar as Comissões de Estudo, quando recebe mais uma vez o apoio do COBEI: serviços de secretaria, acomodações, etc.
Todos trabalhos subsequentes ficam a cargo da ABNT: reprodução e distribuição do Projeto, consulta pública e publicação final do texto, uma vez aprovado, como Norma Brasileira.
É de se destacar que, por recente convênio com o Ministério do Desenvolvmento, Indústria e Comércio Exterior, aprovado pelo COMMETRO, o COBEI passou a representar o Brasil na IEC.