Os painéis pressurizados Ex-p são construídos baseados nos requisitos da norma NBR IEC 60079-2, a qual fornece especificações necessárias para projetar, construir, ensaiar e marcar um equipamento elétrico pressurizado para uso em atmosfera explosiva.
Como ele funciona ?
Um gás de proteção mantido a uma pressão acima da atmosfera externa é utilizado para a proteção contra a formação de uma atmosfera explosiva dentro do invólucro. O invólucro pressurizado deve ter grau de proteção mínimo 4X.
O que é Purga?
Assim é denominado o processo pelo qual se faz passar através do invólucro e dutos associados uma certa quantidade de gás de proteção, antes que o equipamento seja energizado, de modo a garantir que a atmosfera remanescente no interior do mesmo esteja bem abaixo do Limite Inferior de Inflamablidade. As portas e tampas dos invólucros deverão ter fechos especiais de acordo com a NBR IEC 60089-0 e ser intertravadas, de modo que a alimentação elétrica para os equipamentos elétricos não protegidos por um tipo de proteção seja desligada automaticamente, quando forem abertas e de forma que a alimentação não possa ser religada até que sejam fechadas. Existem três tipos de proteção por pressurização, tais como: px, py e pz, que são definidos como base na atmosfera externa.
O tipo Px permite que, com o invólucro instalado em área classificada como zona 1, seu interior seja considerado como área não classificada. A porta do invólucro deve ser intertravada com a alimentação elétrica, desconectando-a imediatamente em caso de abertura. Algumas normas dispensan este requisito, quando a abertura só é possivel com o emprego de ferramentas; um intertravamento garante o desligamento em caso de perda de pressurização e emite um alarme com conhecimento remoto.
O tipo Py permite que, com o invólucro instalado em uma área classificada como zona 1, seu interior seja considerado como área classificada tipo zona 2. Na prática, a purga para este tipo permite instalar um equipamento certificado como um tipo de proteção adequado para zona 2 (dentro do invólucro purgado) em uma área classificada como zona 1.
O tipo Pz permite que, com o invólucro instalado em uma área classificada como zona 2, seu interior seja classificado como área não classificada. Os requisitos são a manitenção de uma sobrepressão determinada pelas normas e a garantia de que em nenhum ponto a temperatura externa do invólucro ultrapasse 80% da temperatura de ignição do gás ou vapor que possa estar presente. O invólucro ainda deve atender a requisitos mínimos de resistência mecânica.
Que tipo de gás utilizar?
O gás de proteção deve ser não inflámavel. O ar de instrumentação de boa qualidade, assim como o nitrogênio são considerados aceitaveis como um gás de proteção.
Quais os passos a seguir na fabricação?
Na fabricação de um painel pressurizado, antes de mais nada é necessário saber em que área será instalado, ou seja, tipo de zona, grupo de gases e temperatura de auto ignição. Então, deveremos ficar atentos aos critérios de projeto que precisamos seguir. Em cada tipo de pressurização serão necessários dispositivos tais como: temporizador, monitor de pressão e vazão, entre outros itens onde diz repeito a prevenção de particulas. Existem kits de dispositos certificados para cada tipo de zoneamento, sendo só esses que deveremos utilizar.
Após a montagem do painel, devemos agregar ao mesmo o kit de pressurização que já está certificado e com dispositivos corretos para o zoneamento, em laborátorio, tais como ensaio de sobrepressão, ensaio de perdar, ensaio de purgas, entre outros. Se o equipamento foi aprovado em todos os requesitos, este equipamento terá um certificado de conformidade Ex-p, e somente depois disto poderá ser instalado na área.
Como todos os equipamentos com outro tipo de proteção (Ex-d, Ex-e, Ex-m) são submetidos a ensaios, a certificação neste caso também é compulsória e mesmo sendo um pouco mais detalhado, seguem os mesmo procedimentos, ja que coforme a NR-10 é necessário o Certificado de Conformidade no prontuário da NR-10
Onde é aplicado?
A pressurização ou tipo de proteção Ex-p é geralmente usado para equipamentos que não podem ser protegidos por outros meios, seja por Ex-e, Ex-m ou outro, seja porque é muito grande para ser feita como tipo de proteção Ex-d (á prova de explosão), ou seja, porque utilize altissima tensão para ser usada segurança intrínseca. Uma grande escala de equipamentos é regularmente protegida por esse método, como por exemplo: computadores, monitores, impressoras, sistemas de código de barras, registradores de dados, sistemas de monitoramento de condições, painéis de instrumentação, motores elétricos, analisadores, centros de controle de motores, etc.
Esta solução é recomendada especialmente no processo de regularização de sistemas elétricos exigidos pela NR-10.
Alessandra Renata Junk Engenheira Eletricista Diretora da MAEX Engenharia Participante do COBEI CT-31